Há coisas que nos ultrapassam. Coisas tão grandes que nos controlam. Neste caso, juro que não queria (queria sim, queria sim!), mas tive que voltar a escrever. E agora não sei se vou conseguir parar.
A ver vamos. Agora atentem no assunto que me trouxe de volta...
Ontem, eu, dois amigos e mais meia população do distrito de Lisboa rumámos a Sintra para, como nos prometeram, ver o Palácio da Pena gratuitamente (quando normalmente o preço faz corar as pedras da calçada e estremecer as carteiras). Em troca, tínhamos apenas que levar um bem alimentar para doar aos desfavorecidos. Justo. Boa acção. Win-win situation. Tinha tudo para dar certo.
Só que não deu.
Foi tão mau que no dia seguinte quando acordei, tive mesmo a sensação que tudo não tinha passado de um pesadelo.
Não foi. Foi tudo muito real.
Vejamos, havia filas. Não. Não eram filas. Era o fim do mundo. E a meta, o palácio, era paraíso tão desejado.
Passámos pelo inferno e paraíso, nem vê-lo.
Foi tão horrível que não dá para escrever.
No fim, quase a chegar ao nosso limite físico e depois de estar três horas numa fila e não ter conseguido ver o Palácio, esperávamos por um autocarro que logo se viu que não vinha. Eu, que não comia há 6 horas e não tinha dormido na noite anterior, e depois de quase ter congelado viva, decidi que a solução era pedir boleia. A estranhos.
Tomei coragem. Pedi. Deram-nos boleia.
Lá fomos para casa e, espantem-se, apesar do trauma; jurei que voltava, mas a pagar!
Se aquilo foi uma manobra de publicidade ao palácio, comigo deu resultado. Atraíram-nos lá com a promessa de uma visita que se revelou impossível, mas estávamos perto o suficiente para ficamos maravilhados com tal monumento. Vou voltar, e dessa vez vou ser feliz.
Ontem foi tudo menos feliz.