domingo, 16 de março de 2014

Vir a casa, é o quê?

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Vir a casa é ouvir o silêncio, um silêncio que não é possível em Lisboa. Lá, nunca se está em silêncio, mesmo que estejas na tranquilidade da tua casa, há sirenes de ambulâncias, que parecem não ter fim, para quem não está habituado a essa sinfonia; há barulho, há-o, e não é que desgoste, mas, de quando em vez, sabe bem ouvir simplesmente... nada. Bom, nada não será a palavra, a natureza, isso sim.
Vir a casa é também ter a família a lembrar-te de que estás a envelhecer, apesar de seres ridícula e invejavelmente jovem. Perguntam-me pelos namorados, quando é que me caso, pelo trabalho, por Lisboa, por isto e por aquilo e eu só penso: desde quando é que eu sou crescida? Lembro-me do tempo em que simplesmente me perguntavam como ia a escola e em que o assunto namorados era simplesmente tabu, porque ainda não tinha idade para isso...
Eu gosto de vir, mas também gosto muito de regressar a Lisboa. Gosto disto. De vir cá de vez em quando.

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