Tudo vai acabando. Tudo, mais tarde ou mais cedo, de forma mais ou menos dolorosa, desaparece. Às vezes o tempo, sem que nos apercebamos, encarrega-se de apagar memórias, momentos, sentimentos... outras, parece que somos os espectadores de primeira fila da nossa própria vida, onde assistimos incrédulos, imóveis e petrificados a um filme de terror, com direito a gritos, sangue e lágrimas. Neste caso tudo também vai desaparecendo, mas à medida e na mesma proporção que se desvanece, nós vamos partindo os ossos, ferindo o corpo, apagando a luz do quarto escuro, vazio e húmido, sozinhos, sem ninguém para nos dizer que o escuro não faz mal.
Mas depois passa. E só então, quando a dor já não é tão grande, vamos percebendo que sobrevivemos. Afinal, aquela catástrofe por que estávamos a passar de olhos fechados, para não ver aquilo que sabíamos estar a acontecer, não nos derrubou e, pelo contrário, deu-nos armas para combater o próximo tsunami.
Da próxima vez, não me aproximarei do mar.
Não haverá próxima vez.
"Ganhamos juntos, o que perdemos em separado."
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