terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Apanhados


Vou eu na minha vidinha, quando, de repente, sou abordada na estação de comboios por uma senhora, muito aflita, que não sabia em que linha deveria seguir. Eu tentei percebê-la, juro que tentei. A senhora até era portuguesa, pelo que falava um português entendível (quantos não são os portugueses que às vezes parecem falar outra língua! mas isso já dava tema para outro post e fica para depois), mas ainda assim, até agora estou a tentar decifrar aquilo que ela me tentou dizer.
Então passo a explicar. A dita chegou ao pé de mim e disse algo do género: "Por favor, podia ajudar-me, não entendo nada disto, para onde vai o comboio desta linha?" disse-o com um tom ofegante, próprio de quem tinha vindo a correr até ali. E eu respondi. Mas ela não pareceu entender, sendo assim, por iniciativa própria, perguntei-lhe eu, para onde queria ela ir. Respondeu. "Para Lisboa", repetiu ela várias vezes, como se quem não estivesse a perceber fosse eu. A questão é, para Lisboa ONDE? Eu não lhe disse isto, porque temi desiludi-la, mas nós já estávamos em Lisboa. Mais Lisboa seria com certeza impossível, aliás!
Bom, mas se calhar, fui eu, que na ignorância de quem se mudou para uma cidade grande e desconhecida há tão pouco tempo, não percebeu, quando devia ter entendido, para onde exatamente ela queria ir e que, afinal, não é assim tão descabido dizer, numa das estações de caminho de ferro de Lisboa, que se quer ir para... Lisboa!!
A sério que se, passados uns segundos daquele episódio, aparecesse umas quantas câmaras a explicar que aquilo tinha sido para os apanhados, eu não me surpreenderia... vai-se a ver foi mesmo e num futuro não muito distante apareço na televisão a fazer figura de parva!

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