Lembro de há uns anos, quando o sangue portista ainda tinha o maior dos impactos em mim, olhar para toda esta logística do futebol de uma maneira completamente diferente da que vejo agora.
Antes via um nós e um eles. Nós éramos os bons, nós tínhamos a verdadeira mística, nós estávamos certos e nós é que éramos felizes, porque ganhávamos sempre (isso era verdade!)... nós... nós...nós... Depois havia o eles. O Benfica. O nosso ódio de estimação. "Nós somos completamente diferentes", pensava eu na altura, e pensam hoje todos os adeptos portistas e benfiquistas (nisso eles concordam).
Mas se há uma coisa que aprendi (aliado ao facto de já não colocar o futebol na minha lista de prioridades), por me ter relacionado de muito perto com alguém que torce com unhas, garras e dentes pelo Benfica e, também, por viver em pleno território "inimigo", foi que o nós e o eles é separado por uma linha tão ténue, que só os adeptos que estão cegos pelo clubismo a conseguem ver.
Nós e eles somos exatamente a mesma coisa. Adoramos o nosso clube, queremos que ele ganhe, sentimo-nos feridos quando ele perde, ou é injustiçado, e acima de tudo achamos que somos os melhores. A guerra de clubes, é como se houvesse duas mães a discutir sobre quem tem o filho mais bonito ou melhor. Não faz sentido, não vai dar a lado nenhum porque não há imparcialidade nos argumentos.
Gosto muito mais da minha forma actual de olhar para as coisas. Continuo a ser portista, e a bater palmas, porque sou tripeira, mas nunca mais me ouvirão a cantar a versão ofensiva, que o FCP criou para o SLB... e sou mais feliz assim.
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