domingo, 30 de março de 2014

Perfeito. Flawless



No concerto da Beyoncé, aprendi que afinal sou feminista, e, por isso, volto atrás com o que disse há uns posts atrás, mas frisando apenas a parte de que não sou nada fundamentalista e pouco me importa se o neutro na língua portuguesa é o masculino ou que se façam piadas, porque as mulheres não têm muito jeito para conduzir. Há coisas sérias, com que na realidade nos devíamos preocupar e mexer as pernas e os braços para mudar.
Sou feminista portanto, porque acredito na igualdade. Igualdade de géneros.

Também aprendi que "I got beauty, I got class... I got style, I got ass (...) I make me so damn easy to love"

quarta-feira, 26 de março de 2014

A mãe que é minha. A mãe que serei.


 

Um dia, daqui a uns anos, suponho, espero ser mãe. Não uma mãe qualquer, uma mãe como a minha, uma mãe que falhará com certeza como pessoa, mas nunca como mãe. Uma mãe que sabe dizer não e educa, uma mãe que abraça...
A minha mãe é sem dúvida nenhuma a pessoa mais sem falhas que conheço. Se preferirem, a melhor pessoa que alguma vez se cruzou à minha frente. Ela falha, sim, ela tem defeitos, sim, mas é o mais próximo de perfeição que assisti. Percebo isto quanto mais conheço pessoas e quanto mais longe estou dela.
Porque me faz falta, mesmo que não precise efectivamente dela. A minha mãe. Um dia também quero ser mãe. E acho que já sei porque é que tenho tanto essa vontade, porque a minha mãe me inspirou a um nível que poucos conseguiriam...

segunda-feira, 24 de março de 2014

Facebook isto, publicação aquilo, comentário aqui, gosto ali, pedidos de amizade acolá.


Há coisas engraçadas, úteis, estúpidas e muito inteligentes... enfim há de tudo na vida e há de tudo no facebook. Aposto que há gente que não consegue dar um passo, sem sentir a necessidade de o dizer para o munda inteiro. Confesso que, por vezes, quando faço algo, o meu pensamento torna-se automático e manda-me postar no facebook, mas depois eu lembro-me que a vida não é o facebook e deixo-me estar quietinha, que é o melhor que eu faço. Enquanto que noutras, acho mesmo que deveria partilhar. A linha entre aquilo que faz sentido partilhar e não faz, é muito, muito fina, ténue. Mas, e ainda que seja um paradoxo, é muito clara. E há gente que não a consegue ver. A vida tornou-se no facebook. Tudo é facebook. Chega a um ponto que enjoa.
A rede social é a forma de dizermos ao mundo, olhem para mim, estou aqui, existo, ainda assim, há gente que leva isto demasiado à letra.


Estou a ponderar viver uns dias, quem sabe semanas, sem facebook. Alinham, ou já estão demasiado intoxicados?



quarta-feira, 19 de março de 2014

Beyoncé apoia instituição portuguesa



A Beyoncé não se limita a aparecer, a ganhar milhões, a ser o protótipo de mulher perfeita e bem-sucedida e a ser uma cantora e dançarina talentosas. A Beyoncé decidiu que na sua tournée pela Europa irá apoiar seis instituições de solidariedade social. Um dos países escolhidos, foi, claro está, Portugal, mais precisamente a Casa do Gaiato. A iniciativa chama-se #BeyGOOD e tem como lema incentivar as pessoas a serem solidárias, gentis, bondosas...
Os fãs deverão fazer uma doação nos dias do concerto, 26 e 27 de Março no Meo Arena, quem tem bilhete para o concerto recebe um autocolante oficial da iniciativa e habilita-se a assistir ao espectáculo numa zona privilegiada.

Beyoncé rocks!

domingo, 16 de março de 2014

Vir a casa, é o quê?

👑
Vir a casa é ouvir o silêncio, um silêncio que não é possível em Lisboa. Lá, nunca se está em silêncio, mesmo que estejas na tranquilidade da tua casa, há sirenes de ambulâncias, que parecem não ter fim, para quem não está habituado a essa sinfonia; há barulho, há-o, e não é que desgoste, mas, de quando em vez, sabe bem ouvir simplesmente... nada. Bom, nada não será a palavra, a natureza, isso sim.
Vir a casa é também ter a família a lembrar-te de que estás a envelhecer, apesar de seres ridícula e invejavelmente jovem. Perguntam-me pelos namorados, quando é que me caso, pelo trabalho, por Lisboa, por isto e por aquilo e eu só penso: desde quando é que eu sou crescida? Lembro-me do tempo em que simplesmente me perguntavam como ia a escola e em que o assunto namorados era simplesmente tabu, porque ainda não tinha idade para isso...
Eu gosto de vir, mas também gosto muito de regressar a Lisboa. Gosto disto. De vir cá de vez em quando.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Sinto a tua falta

Cada pedaço meu, por momentos, ganha uma força que nada consegue deter. Cada pedaço meu, nessa hora, reclama a tua ausência. A tua ausência que é sempre tão presente, uma ausência próxima, uma ausência que está comigo. Cada tudo o que sou,  pede tudo o que tens. Não sabes o quanto és de mim.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Eu falo chinês

Eu sabia que este momento, algures na minha recente estadia aqui em Lisboa iria chegar, o de dizer alguma coisa e simplesmente não entenderem o que quero dizer, porque Portugal é um país pequeno, mas não escapa ás variações linguísticas.
Vamos então rever uns conceitos, sim?

Norte                       Sul
Aloquete                  Não sabem a mais pálida ideia do que possa ser (é aquilo a que eles chamam cadeado)
Cadeado                  Corrente


Então, quando saí de casa de manhã precisava de comprar um aloquete (mas sabia que não podia proferir esta palavra completamente estranha na capital), fiz então um exercício mental, para falar português "correcto", como os Lisboetas gostam de pensar que falam, mas eis que os conceitos e definições se começaram a juntar e baralhar na minha cabeça, tal que quando cheguei à loja já nem conseguia pensar. "Mas afinal, o que é que é o quê?" Que se lixe, pode ser que a senhora entenda, peço ajuda à empregada, "Há aloquetes?" Uiiiiiiiiiiiiiiiii o que eu fui dizer!!! A senhora não entendeu, mas depressa cheguei à conclusão que aloquetes aqui são cadeados e lá saí da loja com o que queria.



Eu digo (ou dizia?) lápis de minas (lapiseira), testo (tampa), a afia (o afia), 3h menos um quarto (um quarto para as 3h), saca (saco), quelhos (estradas estreitas e sinuosas), pascácio (parvo) e porra (porra aqui é asneira)... e nunca tive problemas. Agora? Agora é tentar mudar o ship... Mas eu sou uma mulher das línguas, adapto-me bem.

quinta-feira, 6 de março de 2014

É o país que temos



Não sou nada feminista. Em conversa com uma amiga ainda esta semana referi isso mesmo, toda a ideia de fundamentalismo não me encaixa. Mas há coisas que não nos podem deixar indiferentes. Esta imagem diz tudo. Vi-a ontem no metro, numa publicidade pelos direitos de igualdade, e é algo que não entendo. Quando vi isto, lembrei-me de há uns anos, quando a minha mãe me disse que recebia menos do que os homens que trabalhavam ao lado dela e faziam exactamente a mesma coisa, só porque ela era mulher. Lembro-me até de não acreditar e dizer-lhe que talvez houvesse alguma outra razão, mas aí ela disse-me com indignação, e muito bem justificada pela injustiça que era, quando me disse: "Ana, nem é porque eles trabalham mais, eu faço, muitas vezes, o dobro do trabalho que eles fazem!" É injusto. Era assim há 20 anos e continua a ser assim hoje.

terça-feira, 4 de março de 2014

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
[sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Álvaro de Campos

domingo, 2 de março de 2014

Gosto de pessoas



Sei que o que vale é quem temos. São as pessoas, são os momentos, as palavras, as gargalhadas, as parvoíces e os gestos... há quem dê mais importância a uma camisola nova do que a gastar 15€ numa peça de teatro ou num jantar. Mas se pensarmos bem, quando tivermos 90 anos e fizermos aquele exercício mental de olhar para trás, aquilo de que nos vamos lembrar não será com certeza daquela camisola fantástica, que ficava bem com aquelas calças super trendy... os momentos, são os momentos que ficam. São as amizades e as pessoas. 
Gosto de pessoas. Desconfio muito de pessoas que não gostam de pessoas.



Para a minha companhia de domingos à tarde.